29 de janeiro de 2013

Livre de tentar

"Desilusões são redacções no meu caderno diário 
Onde a sorte e o azar definem o calendário
Dou pouca confiança... Quase nula se és colega

Porque longe vai o tempo de brincar a cabra cega

Facadas nas costas fornecem as respostas
Geralmente negativas e compostas
Confundem interesse perante a motivação
De quem sempre se levanta depois de cair no chão
Trago ódio no meu peito por um amor desfeito
Que tanto bem me quer..mas que tanto mal tem feito
A saudade já me fez chorar, já me fez sonhar
Já me fez feliz como já me quis matar
Mas na frente dum espelho fica tudo mais macio 
Ao ver o reflexo do único em quem confio..
Não entendo o cinismo de pessoas mascaradas
Se até areia de ampulheta tem horas contadas
Vivem sem consciência em função do instantâneo
E usam a cabeça só para transportar o crânio
Iludidos que me ferem com palavras proferidas
Quando só as utilizo para desinfectar feridas
Eu não falo de vidas mas uma coisa é certa
Se vos contasse a minha ficavam de boca aberta
O que não me matou, forte veio-me tornar.
Por isso morram a tentar, porque eu não vou parar."


Que as saudades consomem-me por desfolhar uma folha com uma caneta sem sentido. Estou assim vazia de palavras. Nada de passa, tudo se passa. A rotina e a monotonia como venenos eficazes. Que estas faltas que não consigo identificar. Que estas frases escondidas que não consigo transportar para o exterior. Sinto falta de mim. Recordo-me de que me lembro de essências porque não as tenho como esquecer. Encho-me de músicas, levantou-me e estou cercada de notas musicais. Durmo e acordo cheia de amnésia só na esperança de ser mais um dia porém um novo dia. No real sentido da palavra. 

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