3 de março de 2017

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- Sentes saudades dele?

A minha respiração pesa. 

- Vou sentir sempre saudades dele.

A maioria das vezes e dos dias sinto uma voz aguda e latejante nos meus ouvidos que começa sempre a merda dos diálogos com um não era suposto. 

Eu sei que não era suposto. 

Mas eu sempre fui uma pessoa que gosta de silêncio. Pouco barulho à mesa. Pouco barulho em casa, em redor das minhas paredes... quando me encontraste já estava cansada de me levantar com um sorriso filho da puta estampado no rosto. Mas, admito que ao longo do tempo tenho-me tornado mais fraca e impotente... e por outro lado ainda mais silenciosa. Desta vida puta já nada me surpreende. Desta vida tanto lhe pedi e tudo aquilo que conheceste... tudo aquilo que te dei a conhecer... foi tudo aquilo que recebi.

Não cedo ao orgulho.
Tranco-me. E, não pretendo mostrar-me mais. Não me cedo porque tenho uma profunda sede de construir algo. Para mim. Para aquele que vejo crescer. 
Porque tudo aquilo que te dei a conhecer foi tudo aquilo que recebi... ahhhh...
Não peço mais. Desta vez, nada peço.
Porque aquilo que eu alcançar será com a força doa meus punhos, com a destreza. Com a certeza que já levei chapadas de luva branca suficientes nesta vida. 

Terei uma casa em silêncio. As minhas refeições em silêncio. Nunca extinta ou sozinha pois terei amor daquele que vejo crescer. E, que seja feita a minha vontade...

Porque eu não me cedo mais. 


10 de abril de 2015

Qual é a coisa qual é ela

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Tento-(me) sintonizar. E, quando o tento é para aqui que venho.
Onde quis plantar flores, plantaram bombas e explodiram com esta merda toda.
Só te peço que antes de me acusares de ter pegado na arma e de nós ter matado que reflictas quem nos tentou matar primeiro. 

E, por estes lados da amargura, só existe uma pequena coisa que me alegra: cresce dentro do meu ventre, tem a inicial do Amor e é a Ele que me vou agarrar. Ele, o meu todo poderoso, meu filho... 

12 de fevereiro de 2015

A cova que eu cavo

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Sinto-me hipoteticamente auto-destrutiva e muitas poucas vezes destrutiva. Tenho que arranjar soluções freneticamente acessíveis e eficazes para sair deste labirinto onde me sinto, onde ás vezes me coloco à espera de tirar conclusões... E, tiro-as. Mas, tenho a vaga sensação que ninguém me ouve. Começo a dedicar-me as limpezas com afinco? Ou vou passear o cão porque o céu tão metafóricamente vulgar está bonito e ajuda-me a descartar a sensata nojice de ninguém me ouvir? Sa foda mesmo. Se calhar mudei. Passei de cubo de rubick a cobaia.

Não me perguntes o que isto significa. É o que sinto e já que ninguém me ouve... Então, caralho, eu escrevo. Aliás, como nunca o deveria de ter deixado. Se calhar, sou eu que não me faço entender. O labirinto se calhar é grande. Se calhar sou apenas. Se calhar continuo-o a ser um cubo de rubick grande e fodido.