Passado. Por muito que o queiramos transformar sem que nos transforme a nós ou até por muito que lhe fechemos a porta, abre sempre uma janela. Se existe parcela da nossa história que está infinitamente de mão dada com o nosso corpo até se tornar um cadáver que deambule por casas e florestas é o nosso Passado. Não podes negar isso por muitíssimo que assim queiramos. O Passado é o nosso não-rei e rei em simultâneo Se pisarmos o risco, se bebermos o veneno, se persistimos estará lá para nos dizer e fazer confessar que bem avisou. Tanto avisou que nos escarniu a carne de avisar. Não há nada existente nesta terra molhada pela chuva tão pesado e tão gratificante como o Passado. Que todo ele uma dor mas também uma lição. A minha maior fraqueza.
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