2 de novembro de 2013

a nossa vida cansou-se

Foda-se, tá tudo fodido! De um momento para o outro perdemos o pulmão. O fumo dos fumos evolui-o cancro. O nosso elo desintegrou-se, descompassou-se, estagnou-se! Não juramos nada, os lençóis que pensei serem da nossa cama estão ressoados de memórias. A casa não está na vazia. Permaneceu tudo no mesmo sítio como peças de puzzle esquecidas no pó. Mas, do pó viemos, do pó iremos. É isso mesmo... Pego na vassoura e varro este pó. O nosso pó. O pó que restou das memórias, das conversas partilhadas fora de horas, dos kachuchos antes de dormir, do sexo iniciado à meio da noite e se o nosso tesão fosse infinito tínhamos permanecido como gémeos siameses. Tentamos pensar e não conseguimos, segue com a tua vida... Sobrevivo. Porque eu vivo. Porque eu respiro. Porque escrevo para ti logo existo. O orgulho de perder a aliança, mandei-o para a matança porque o nosso mambo acabou mas nunca senti desconfiança. Acabou mas esta cena de seres o meu kretcheu permaneceu.  O que nos uniu foi a diferença... Não somos todos iguais. Pedi-te a Lua e confiei que me desses mais. Agora, sentes-me farta, sentes-me cheia. E, sabes que viras-te candeeiro que só liga ás sete e meia. Apanhei este comboio, bazei. A tua lâmpada fundiu! Não virei a vida ao contrário mas otária fiz-me a pista. Então? Choquei de frente e nunca mais me pões a vista. Viste isto de outra forma. A tua mulher ideal que sofreu a sorrir. Tás confuso? Não sou eu que te vou confundir. Reduzis-te-te a percentagem. As contas cheias de miragem, o corpo sem imagem, o amor já não faz aquilo que as peles quando se tocam... fazem. 
Agora, estou no ar. Penso que noutra vida, outro lugar. A minha maneira de pensar refundiu-se. 

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