24 de novembro de 2012

Crime do Padre Amaro


"Meu Deus, como pode ser tão bom esse mal que tu me fazes

Que me obriga ir a jogo sem figuras e ases,
Sabendo que não vou ganhar como nunca ganhei,
Sabendo que não consigo parar como nunca parei.
Como podem magras mãos ficar tão grandes assim
Que as sinto esgravatar, cabem dentro de mim?
Só pode ser verdade que me conta a poesia,
Eu gosto de te gostar e sinto a tua falta todo o dia.
O que posso eu fazer se me tão bem mal,
Desafiando as leis da gravidade da minha moral.
O prazer da tua carne tornou-se essencial
Para a minha sanidade física e mental.
Fatal, fatalmente o coração sente
E a minha boca mente
Em ritmo displicente.
Escrevo para ti em papel de carta, tinta preta
Como a cor dos teus cabelos envoltos em tons de violeta
Palavras que nunca direi à tua frente
Aprendi a ser humano, haveria eu de ser diferente?
Eu só amo e não reclamo
Um prémio sem cautela fechado numa cela
Sem chave nem janela.
A coisa mais bonita deste planeta:
Beleza rara no meio duma sarjeta,
Amor impossível como Romeu e Julieta.
Ao menos sonho contigo e podes crer, já não é cheta.
Amor, não dá."



8 comentários:

Anónimo disse...

ainda bem! gostei, é bom ler-te

Miguel disse...

continuas com bom gosto :)
continua!

Miguel disse...

obrigado :))

Anónimo disse...

Lindo! Adoro ler-te :)

Anónimo disse...

Da minha parte, sim.

Audrey Deal disse...

Lindo! gostei**

caroline pipi disse...

já passou, amo esta música

Rita disse...

É bom estar lindo, triste é ser verdadeiro. Obrigada***