11 de novembro de 2012

Texto de uma Ganzada II

Bate forte como se me fosse capaz de romper a pele como tesouras afiadas e prontas a cortar. Lateja como se fosse uma ressaca de uma noite cheia de drogas e música pesada. Preciso de esquecer. De esquecer que tudo existe e de ter sono para que amanhã tudo acorde e esteja tudo no devido lugar. Sentimentos e pessoas... E, se não era esse o nosso verdadeiro drama durante todas as nossas vidas, certo? Mesmo que não liguemos as pessoas ao Amor. Mesmo que não liguemos o Amor as pessoas. De novo. O ciclo repete-se. Não esperava que fosse tão cedo e de uma maneira tão absurda. Porque passem anos nunca mais quererei estar apta a qualquer tipo de fotocópia de calor humano. Deixe-mo-nos de beber wisky para sentir as arranhadelas na garganta. De fumar só para ter o gosto e nos vermos a expelir o fumo só como sinal que estamos vivos. Se me doí alguma parte de tudo, não... Muito pelo contrário. Preferia que me doesse tudo a não sentir nada. Arrancaram-me carne e não me cozeram os ferimentos. E, a carne que me arrancaram faz-me falta. Com ela levaram o meu bom senso. O meu equilibro que por vezes demora tanto tempo a por de pé. A acentar-se no devido lugar e tempo. Foda-se. Devo ter sido grande filha da puta em Vidas passadas. Sorte no jogo, azar no Amor. Que jogo e Amor? Se o Amor é o maior jogo que podemos jogar. E, engraçado nenhuma pessoa sai vencedora da roleta russa. Se dois não saem a sorrir, dois caiem a chorar. Por muito tempo que se demorem a criar lágrimas .. O Karma vem e fode-te o corpo. Deixa-te no chão sem quês nem porquês e se abres a boca para fazer perguntas também te parte os dentes. Pensas o quê? Que a Vida é isto? Pensas bem. É mesmo. Cada mera pessoa que encontres na esquina pode ter mil e uma prioridades em cima dos seus sentimentos mas não vive, de todo, cem por cento feliz. E, a prioridade mil e duas é sempre encontrar o Amor. É encontrar a pessoa nos fez sentir o Amor mas que perdemos por estupidez aguda. Atitudes de merda. Querer ir saborear os momentos e deixar o grande momento para trás. É sempre lá trás que está o que nos queremos e não conseguimos recuperar. Sempre e sabe-se lá porquê... Porque, naquele tempo, em que toda a essência estava a frente não quisemos saber. Pusemos a carroça a frente dos bois. Pegamos num isqueiro e num cigarro e deixamos andar. Nunca somos mais nada do que aquilo que éramos quando deixamos que se perca alguma coisa que nos irá fazer sentir Saudades, remorsos, desespero e falta de oficiosidade. Nunca. Venha quem vier, digam o que disserem, façam o que fizerem. Ninguém pensa no Futuro e todos vivem de um Passado seja ele qual for, da maneira que for. Todos. Uns mais, outros menos. E, morremos com a certeza que foi no Passado que até demos umas belas quecas com a Felicidade mas com preservativo. Demos... Pois, demos. Mas, infelizmente dali não nasceu nada. A não ser grandes histórias para contar porque já não temos mais forças para vive-las.

3 comentários:

Mariana disse...

está muito bom e apetece-me por isto em tudo o que é sítio. mas não te apetece falar e eu respeito isso. Mas... admiro-te. E adoro-te.

Aurora disse...

:.(

Carina. disse...

"E, morremos com a certeza que foi no Passado que até demos umas belas quecas com a Felicidade mas com preservativo. Demos... Pois, demos. Mas, infelizmente dali não nasceu nada." - isto fez tanto sentido para mim que nem consigo explicar :o