9 de setembro de 2014

Encontro sentidos num único avesso porque é por dentro que gosto que aconteça a minha vida. Não sei se fui concebida num acidente de tesão ou em stress após discussão. Ou, se, ironicamente fui concebida na paixão. Não sei por onde me deitei. Na estrada, na relva ou no alcatrão. A paz foi singular porque existia discussões as dezenas. E, as centenas, fui proclamando a minha liberdade. Sai porta fora e percebi... ninguém me chamava. Tornei-me numa ladra de empatia e fácil harmonia. De máxima ironia... Omitindo medos e nervos. A vida chamava-me para a rua enquanto saia porta fora e ninguém me chamava... Naquela casa as paredes tinham ouvidos. Mas, não foram feitas para guardar segredos. Quando é que desabafava e desabava? Depois de uns charros e de palavras que não adivinhava. 
Falas com muitas pessoas? 
Nah, falo com o meu pensamento.
Não me peças para te contar como me sinto. Não sei fazer isso. Não assumo esse compromisso. O mundo fode-me o juízo e desta vez, já tenho uma casa, fecho a porta e não preciso que ninguém me chame. 
Estas dores ecoam enquanto se apagam porque quem mais amamos é quem mais nos magoa. "Há mar e amar, há ir e nunca mais voltar."
Ao lar doce lar até que a morte, uma traição, ou uma atitude nos separe. Eu juro, juro, juro... Que mesmo que não goste de números impar, tento calcular. É estranho quando, a partir de uma hora, temos que ocultar os sentimentos. E, sem qualquer motivo, o final tornou-se inconclusivo. E, sem qualquer motivo, o final tornou-se intrometido. 
Mais viva, tornei-me no que sou. Se fumo e se bebo, sai ao meu pai. Dou e recebo. Na cabeça de alguns, sou um problema. Um fluxo hereditário mal concebido. Noutros, sou gigante, com três metros e meio de altura. Sou dura como pedra. Sou dura como uma memória que se finca na carne. Sou dura para bater na pedra e fura-la. Ela sai a quem? Dá um palpite que não me irrito. 
Espaços da casa, vazios, trazem saudade. Evitava dormir nesta cama de lençois bonitos por isso divido o tempo a ver tv ou noutro evento. E, faço de conta, que perder-te por metade é como perder um dente. 

Ela sai a quem? Sou de fáceis nervos, sou igual ao meu pai.
Ela sai a quem? Sou de fáceis choros, sou igual a minha mãe. 

Mas, tasse bem. A mim não me compete fazer a escolha. Recolho fragmentos e retalhos de sentimentos.
Sento e minto se te digo que não sinto a tua falta.
Sento e minto se te digo que não sinto a falta dela.
Sento e minto.

Sento e sinto que te falta a paciência que antigamente que te exaltava. E, eu, ria-me. Porque agora o silêncio é o despertador que não me desperta o humor.
Foda-se.

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