Um saco de erros e de ossos.
Queria-te ter o máximo que conseguisse. Desiludi-te. Fechei os olhos, imagina se os abrisse. Desculpa. Vejo-e nas estrelas juntamente com o fumo... Desiludida por te criar ilusões. Imagino-te. As desculpas não se pedem, evitam-se...
Desculpa.
Estou a evitar pedi-las mas ouvi-las de mim. É óbvio o consumismo da culpa...
O que sinto não se questiona em relação ao nosso relacionamento. Isso não se questiona!
Não se relaciona.
Desculpa. Eu sei que te disse que iria ser coerente e cordial. Que todos os abraços não fossem feitos com o propósito de me dares uma flor a mim. Dá-me asas! Que azar. Estas asas quebram-se, rasgam-se, as quedas não param...
Provei o sabor da vida mas que sabor desagradável... E com o voar vou até as estrelas e regresso. Vejo o reflexo da minha água cada vez mais perto. Desejo as tuas mãos como apertos entre os meus dedos. A ilusão empurra-me....
Sussurra-me segredos...
Ajuda-me a dizê-los, não posso mais fugir.
O céu é o limite? Limito-me a cair. Nas alturas palavras que me deixaste agora escrevo no papel.
Senti sempre os arrepios da barriga como se fosse um carrocel. Já chega de despedidas... Sigo-te mesmo que não consigas.
Tento mas espera! Tenho medo que as promessas no céu seja como na terra. Leva-me a ti, beija-me e esconde. Isto não é um pesadelo? Não? Então, atiro-me da ponte. Quantas segundos tenho?
Eu... quero... ficar...
Tenho vertigens. As escadas são infinitas pelas vezes que agora não me abraças. Subo degrau a degrau a recitar o que não te contei. O quanto me perguntas-te, sem nunca me perguntares. Todas as respostas que não te dei... Todas as decisões que colocaste ao confiar...
Enfim, o quanto te iludes por desconfiares de mim.
Avanço lentamente pelo corrimão com lágrimas de raiva pela minha decisão. Já estou do outro lado. Tenho os olhos inchados. A última vez que ouvi para mim estavas trancado, fodido, zangado...
Caio para trás, sinto a adrenalina. Queria gritar o teu nome mas tenho fita adesiva. Sufoco enquanto respiro o teu perfume.
O sorriso do costume nunca mais irá ser o sorriso do costume.
Prometi levar-te onde quer que fosse mas hoje chego tarde... Grito o teu nome mas estou longe. Vejo as pessoas lá em cima debruçadas... Desesperadas...
Queria gritar que te amo.
Desfaço-me na água. Os tímpanos estouraram porque já não me dizes nada. Desfaço na água, não sinto os olhos. Não vejo pele... Os músculos separam-se dos ossos.
Isto doí muito menos do que deixei para que te doesse.
A queda...
Sinto os ossos a torcerem-se como plasticina e partem-se por dentro até que entro em hipotermia. As artérias rasgaram-se... A dor é grande. Provo a água sinto o sabor do meu sangue.
Mãe... Eu quero morrer. Sem sequer ter que me ir embora. Oh mãe!!!
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