5 de outubro de 2012

um dia, vai valer a pena.



Senta-te. Pega no meu maço de tabaco e fuma os cigarros que quiseres. É o método que uso quando quero esquecer. É isso. Foda-se. O Mundo. Com quantas pessoas me cruzei nesta vida cheias de decisões indecisas e, ainda, hoje espero que se decidam? E, quantas memórias restaram para ficarem inaladas nos meus sextos sentidos prontas para, as vezes, me fazerem sangrar sem dar conta? Um dia, quero-me poupar as perguntas retóricas e não será a Vida a maior pergunta retórica que temos na mesa juntamente com o whisky, o charro e efeitos secundários? É sim. Mantenho-me calada. Quem me dera que algumas ruas que ficam do outro do Mundo fossem as minhas. Desejaria que o café onde compro tabaco fosse o nosso café. Só porque sim. Não adivinhamos quando vamos perder alguém pois não? Foi por isso que quando te perdi esvazie-me e deixei os amores a porta da minha entrada. Seria bom podermos fazer as nossas próprias adivinhas. Não queres voltar, não? Sempre disse que a nossa morte é escrever para aquilo que é nosso por dentro, no psicológico e que está morto. Chama-me louca mas não lido bem com as Saudades. Parece que sim... Parece. Mas, as aparências são mentiras em forma de boa-vontade. Dói-me a alma. Não sei bem porquê. Ah, espera, talvez saiba. E, esta dor que não desaparece quando quero mas sim quando lhe convém. Esta dor... Queres partilha-la? Fazemos como se fosse um pequeno chocolate negro que desta vez não fico ansiosa por provar. Quem me dera que todos os dias estivesses a minha porta, fossemos almoçar fora e víssemos o mar. Sete maravilhas no Mundo e tudo o que quero está em ti. Só em ti. E, tudo, o que tu querias um dia acreditei que tivesse em mim. Só em mim. Não foram promessas fáceis, não. E, clichés mandamos esses para o caralho, sem querer saber. Somos pássaros de fogo feridos. Anjos calados e pensativos. Quem me dera que o destino fosse meu. Espetava com ele no chão e dizia-lhe que quem veste as calças na minha Vida, sou eu. Que o destino não manda. Foda-se. O Mundo. Foda-se, eu. De qualquer jeito tudo o que escrevo vai ao teu encontro.
Só porque no fundo também sabes que não queres ir embora.

8 comentários:

Aurora disse...

sim. tinha de te escrever, querida <3

Aurora disse...

está forte

Aurora disse...

E, desculpa-me por tudo. Sempre foste muito para mim. Mas, também sou orgulhosa e isso "matou-me ou matou-nos". És linda <3

raquel sousa disse...

Cada vez me impressiono mais com a tua escrita, minha querida Cláudia <3

Aurora disse...

É querida <3

leah disse...

Soube tão bem ler-te e identificar-me com tudo a cada palavra que fui lendo! Adoro, completamente*

Anónimo disse...

Adorei! Estou sem palavras!
*

inês disse...

está perfeito!