15 de dezembro de 2013

não fui eu que destruí a casa

Como é que foste capaz de destruir esta casa? De apagar a luz das velas, dos momentos espontâneos, dos kayas fumados na tua varanda, ya, das noites mal dormidas porque o teu calor encostado ao meu corpo me fazia delirar. Acho que contigo me apetecia sempre algo. Enfiei-te no meu peito. Estavas, aqui, resguardado do frio e da chuva que bate na calçada de fora. Enfiei-te no meu sistema. Preenchia-me de ti. Da nossa bonita rotina. Os olhos fecham-se por segundos e ao contrário do que pensas não te sinto. Estás do lado de fora da cena. Porque é que foste assim? Senta no meu colo e conta-me segredos. Chamo-te atenção! Quero ter a sensação que tá tudo certo mas tá tudo a bater errado. Porque é não colocaste as mãos no fogo por mim como outrora pus por ti? E, porque é que me ignoras quanto te berro ao ouvido? Quando te digo que tudo o que quero és tu? Ainda que em poucas palavras te diga o que sinta, ya, eu digo. Ya, eu sinto. E, ainda que não goste de andar contigo de mão dada na rua, ya, eu ando. Ainda que isto tudo me provoque calafrios, ya, tento evitar. E, evitar-te. E, não, evitar-me. Quero olhar por mim sem ter a necessidade de te sentir do meu lado. Mas, foda-se, meu... É tão complicado. Apanhas-te-me de costas e vieste-me apunhalar e tudo o que sempre quis... Tu não sabes... Mas, ya, era o teu amor. E, mesmo que gostasses de mim só a tua maneira, essa mesma tua maneira, chegava. Porque cada pessoa é uma pessoa. Cada gostar é um gostar. Aceito e respeito. A minha vida tá lá fora, a minha espera. Sempre te disse que a minha vontade de viver é enorme ainda que me vá cruzar contigo na rua e pense: Gosto tanto de ti.

Mas, gosto mais de mim. E, se nunca te arrependeres... Lembra-te: Não fui eu que destruí a casa. 

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