2 de fevereiro de 2014

sete vida que tu não tens

Deste-me a maior facada. Ainda hoje quando fumo um e a consciência vai mais a fundo lembro-me de todos os ínfimos pormenores. De todos os dias me cruzar contigo. Ver-te mudar catrastroficamente, dia apos dia... a tua inocência toda fodida por malas e sapatos. Já não eras a miuda das tintas e dos vestidos. As fotos no provadores do shopping desapareceram. Perdias com o tempo porque desejei com toda a força que desaparecessem pelos cantos... mas os traços do teu rosto são como balas no peito. Todos os infimos pormenores. Aprendi a pintar contigo. E, a fazer massa com atum. Pus-te acima de qualquer cena que girasse fora do caralho do teu mundo sossegado. Num dia acordei e todas as minhas conquistas, derrotas, lágrimas e sorrisos tinham estalado. Fiquei vazia, meu. 

E, andei vazia por muito tempo. Tanto tempo que hoje olho para mim e tenho uma mão cheia de amigos mas nada desses me tornaram na merda que tu me tornaste. Não te guardo qualquer tipo de malícia, aliás, aprendi severamente com os meus erros. Hoje antes de guardar as minhas dores nos bolsos para ir consolar as dos outros, espero e reflicto. Sozinha. 

Em todos os sentidos, tu sabes, és uma pigmeu contra uma gigante. No fundo, todos sabemos quando pisamos o risco, perdemos a razão e batemos com os cornos na parede. Todos batemos com os cornos na parede, não penses que és diferente... o tempo é indefinido mas o filha da puta do meu karma vai ser... precisares de mim. 

É fodido perder um amor. Tu choras totil. No entanto, é mais fodido perder uma amizade. Tu choras sete vida que tu não tens. É fodido. 

1 comentário:

Raquel Pires disse...

Olha eu fiquei sem palavras. Completamente. Nem te consigo dizer como adorei isto ao mesmo tempo que me doeu. Oh Claudia a tua dureza a escrever é tão única como maravilhosa!